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terça-feira, 16 de julho de 2013

QUERO ACASALAR O MEU CAOZINHO!


Importantes considerações antes de tomar a decisão.


Quando pensamos em uma ninhada de cães logo imaginamos aquele monte de filhotinhos um mais lindo que o outro. Todos brincando e correndo para todo lado enchendo a casa de alegria. Ainda tudo se torna mais lindo quando estes filhotes vieram do cruzamento de nossos mais amados amigos, os nossos próprios cães! A vontade de se ter uma continuidade, ou complemento, do seu bichinho de estimação, leva inúmeras pessoas a procurarem o acasalamento dos mesmos na busca de descendentes semelhantes. Porém nesse momento de alegria nos esquecemos de diversos detalhes muito importantes e necessários quando se é realizado um cruzamento.

A principal ideia que deve ter é que quando se produz uma ninhada, estará dando vida a um ou a doze filhotes que se tornarão cachorros adultos e precisam de lares para não chegarem ao seu fim de vida nas ruas. Então vem a grande ilusão da venda dos filhotes. Isto é realmente uma ilusão quando não se tem um canil regularizado e cria-se com certa experiência. Não se consegue nem dar filhotes de graça facilmente, o que dirá vendê-los. Ainda mais quando se cruzam cães de raças diferentes ou cães com problemas genéticos (outro tópico que comentaremos). Por isso, mesmo quando se quer um herdeiro para o seu lar, terá que pensar nos seus outros dois ou dez irmãozinhos que não poderão desfrutar dos mesmos cuidados que será dado a ele.

Outro tópico importante é, que tipo de cães estará gerando para o mundo. Será que estou produzindo cães que serão futuramente agressivos e atacarão uma criança? Será que serão cães que terão problemas genéticos e ficarão cegos logo cedo, ou terão que fazer cirurgias para conseguirem andar normalmente? Existe um número inimaginável de doenças que passam de geração para geração, que devem ser levadas em consideração na hora de um acasalamento. Grandes criadores com larga experiência se preocupam muito com isso e evitam ao máximo que seus filhotes adquiram tais enfermidades. Isso é feito através de uma série de exames pertinentes a cada raça. Quando não se sabe a origem exata do animal, no caso de mestiços ou animais sem raça definida, o perigo se torna ainda maior uma vez que não sabemos por onde procurar tais enfermidades.

“Mas tudo bem. Já fiz todos os exames no meu cãozinho, sei que ele não tem nada destas doenças e além do mais ele veio de um canil renomado que me deu todas as garantias de saúde!” Então vai começar a pensar em todo o processo da gestação. Primeiramente deve tomar uma série de cuidados com a mãe antes mesmo dela emprenhar. Ela deve ser vacinada e vermifugada, a fim de dar a luz a filhotes com uma melhor imunidade e com menor chance de adquirir uma verminose mais forte. Feito isso um médico veterinário deve acompanhar o período fértil para auxiliar na definição do momento exato para a cobertura ter maior sucesso.

“Bom agora a minha cachorra já acasalou e deve estar esperando filhotes.” Todo cuidado agora é pouco. A fêmea gestante deve ter uma dieta balanceada e uma rotina sem muito estresse. Passado o primeiro mês após o acasalamento deve-se realizar um exame ultrassonográfico para se confirmar a prenhez, determinar uma média do numero de filhotes e ter uma estimativa do dia do parto. Neste momento o número de filhotes é muito importante para se programar um parto normal ou uma cesárea. Nessas horas deve pensar em todos os riscos de vida que sua querida cachorrinha está correndo somente porque você queria um filhotinho dela. Uma cachorra, pequena ou grande, com um número excessivo de filhotes é uma forte candidata a cesárea, assim como cadelas com apenas um ou dois filhotes. Feito tudo isso, realizamos uma radiografia aos 55 dias de gestação para confirmar este numero de filhotes e saber o que esperar na hora do parto. Outro momento muito importante é a hora do parto! Você deve ter um bom auxilio de um médico veterinário que te explicará cada passo que vai ocorrer e o que deve esperar, assim como quando procurá-lo no caso de acontecer algo fora do planejamento.

Tudo correu bem e os filhotes nasceram todos fortes e perfeitos. Agora temos todo o processo de criação destes filhotes para que todos se desenvolvam corretamente e você não perca alguns pelo meio do caminho. Neste momento a amamentação é essencial, e muitas cadelas não suprem a necessidade de todos os filhotes, ou até mesmo não tem paciência e acabam abandonando seus rebentos. Entra então em ação a sua boa vontade e paciência de amamentar e cuidar destes pequenos como se fosse a mãe deles. Isso inclui dar mamadeiras a cada duas horas e estimular a defecação e micção a cada mamada, em todos os filhotes.

Passado por isso tudo você terá filhotes saudáveis e fortes brincando pela sua casa. Eles devem receber todos os cuidados que seus animais de estimação receberam como vermífugos, preventivos de pulgas e carrapatos e vacinas pertinentes até completarem seus 60 dias de idade, quando, aí sim, podem ir para seus novos lares.

Devemos lembrar aqui que os cães não possuem, em seu psicológico, determinadas vontades que nós seres humanos possuímos. Uma cachorrinha não vai ficar deprimida se ela não tiver nenhum filhote, nunca ficar grávida, por toda a sua vida, ou o seu cachorrinho não vai ficar afeminado ou ansioso se nunca cruzar com uma cadelinha. Esses sentimentos e definições são coisas de nossas cabeças e não deles. Por isso pense bem na sua decisão e pondere tudo o que leu acima.

Se mesmo assim ainda quiser ter uma ninhada de seu amiginho, procure um médico veterinário e peça que ele te passe todas as instruções necessárias para que este acontecimento seja uma grande alegria na sua casa e não um grande tormento!!!!

Boa sorte!

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